Com mais sete e a Geneticista chegou!

Depois que fui informada da suspeita da Síndrome, eu não tive mais sossego, toda hora levavam o Murilo do quarto sem me dizer muita coisa, e horas depois ele voltava junto com algum médico especializado em alguma coisa (cardiologista, neurologista, clinico geral, otorrino, etc.) para me trazer o resultado do exame que eles tinham feito no Murilo.

 

Graças a Deus, todos os exames do Murilo foram normais. O único que apresentou alteração foi o do coração, mas o Cardiologista disse que eram duas aberturas muito pequenas que fechariam com o tempo.  Era um susto e uma alegria em questão de segundos... Aguenta coração! 

E às dez horas da manha, do Terceiro dia de maternidade, a tão aguardada médica especializada em genética chegou, entrou no quarto, se apresentou, sentou na minha frente e com muita tranquilidade começou:

-  O Pediatra que atendeu o Murilo esses dias, suspeita que seu filho tenha Síndrome de Down e me chamou para diagnosticar e conversar com você. 

E continuou com aquele conversa complicada: - Ele tem a prega palmar única, a implantação da orelha abaixo da linha dos olhos, não tem o osso nasal, tem o dedão do pé separado dos demais, a maneira que ele chupa a língua e coloca para fora, é um bebê PIG (Pequeno para Idade Gestacional, realmente ele era bem pequenino nasceu com 45 cm e com 2,670 kg), são todas características da Síndrome de Down, te digo com 99% de certeza que ele é Down, mas como a medicina não é matemática vamos fazer o cariótipo que irá confirmar a Síndrome e qual o tipo dela.

Bom, mais uma vez, a vista escureceu e aquela sensação horrível dentro de mim voltava à tona e eu chorava desesperadamente.

Eu, em meio às lágrimas perguntei: - O que eu fiz de errado? Porque isso aconteceu com meu filho?

Ela respondeu: - Nada! A Síndrome de Down é causada por um “erro” genético na hora da fecundação (ok, isso era grego para mim, muuuuito mais tarde fui entender). Você não fez nada, a mãe não tem culpa nenhuma, não é stress, tombo, alimentação, bebidas, drogas ou cigarro, isso acontece porque tem que acontecer e a ciência ainda não encontrou uma explicação.

Mas ela, acostumada com a situação, me disse uma coisa que jamais esquecerei: - Seu filho terá uma vida normal, ele só vai demorar um pouco mais para aprender e fazer algumas coisas. Você vai precisar estimulá-lo com Físio, Fono e Terapia Ocupacional, acompanhar sua saúde com exames de rotina e ele será como qualquer criança. 

E completou com uma frase que carrego na minha vida e foi a frase que fez eu ser a mãe que sou hoje: - Seu filho precisa de segurança, ele se sentindo seguro ele terá confiança suficiente para enfrentar todos os obstáculos para ser o que ele quiser ser, e para isso ele só precisa ser aceito e amado! 

Aceitar e amar incondicionalmente!  Toda mãe ama incondicionalmente seu filho, e por isso, eu o amava ainda mais. 

Continuei chorando, e por sinal, minhas fotos eram todas com os olhos inchados e vermelhos, mas sempre com o sorriso no rosto e vamos que vamos, risos... 

Quarto e último dia na maternidade, dia de irmos embora!

Ai que saudades da minha casa, ansiosa para ir embora e começar a minha rotina com meu bebezinho lindo, mostrar para ele o quartinho que fiz com muito carinho e ter mais tranquilidade para pesquisar na internet assuntos sobre a Síndrome de Down.

Estava muito frio, vento forte e chuva na hora de sairmos da maternidade, muitos cobertores embrulhavam meu bebezinho, a roupinha para sair da maternidade? Nem deu para ver rsrs...

Cheguei em casa por volta das duas horas da tarde, coloquei tudo em ordem, descansei um pouco e tentei começar uma rotina, maaasss nem tudo foi tão fácil assim, Murilo não acordava para mamar... 

Mas isso é assunto para o próximo post!