Dia da consulta com a Geneticista (a mesma que me atendeu na
maternidade), agora no consultório dela com o resultado do cariótipo na mão. E
a primeira coisa que ela mostrou foi o resultado confirmando a Trissomia Livre do cromossomo
21.
Doeu de novo, menos, mas doeu e eu voltei a chorar, aquele
fundinho de esperança “já era”! Estava confirmado, e agora o que fazer?
Claro que eu já estava fazendo alguns estímulos em casa com
ele, conforme explicava em uma das apostilas que peguei no site Movimento Down.
Mas aquilo não era o suficiente, tinha que levar ele para as terapias com profissionais qualificados.
Lembrei-me também de quando ele ainda não tinha um mês,
pedi para uma amiga me levar na APAE próxima de casa, me deixando lá fiz todo processo de
triagem e resumindo sai de lá muito triste, fiquei sim chocada com tudo que vi
lá, as deficiências que vi, algumas muito graves e acentuadas, crianças com
muitas limitações. E senti uma dor enorme por todas elas! Eu ainda estava muito
sensível para encarar aquela realidade. Mesmo assim avaliei como seria o
processo de estimulação na APAE e decidi que não seria o melhor lugar para
estimular meu filho e fiquei meio sem saber para onde “correr”.
Deixo claro que
isso foi uma decisão e escolha minha, não estou desmerecendo e muito menos
falando mal, as APAES ajudam muita gente e mesmo com muita dificuldade
financeira desenvolve muita criança.
Mas Deus faz tudo acontecer! Eu estava perdida ainda e por isso continuei (enquanto o Murilo dormia) as pesquisas, nesse momento recebo uma mensagem no
facebook de um amigo do trabalho. André me disse com muito cuidado e carinho
que sabia da síndrome do Murilo e que tinha um excelente médico para indicar e
inclusive mencionou uma amiga que tinha uma filha Down de 4 anos que também passava com
esse médico, ofereceu o contato dessa amiga para ela poder tirar alguma dúvida
que eu tivesse e me auxiliar no que eu precisasse.
Ainda meio atordoada, peguei o contato dela e começamos a
conversar, Fabíola foi de grande ajuda e importância nesse momento, ela me
explicou de maneira clara e objetiva tudo que eu precisava fazer, indicou e explicou sobre os geneticistas que atendias na clínica que ela frequentava.
Marquei com a pediatra geneticista Drª Patrícia e fui!
Chegando lá foram
quase quatro horas de consulta, essa geneticista especializada em Síndrome de
Down me explicou TUDO e ainda me disse como seria minha vida e a vida do Murilo
dali em diante, foi tão bom e esclarecedor, que sai de lá aliviada. Decidi que ela
seria a pediatra do Murilo!
Aproveitei e marquei uma avaliação com a Fisioterapeuta,
para iniciar as terapias necessárias naquele momento.
Amei a terapeuta e o trabalho que ela começou com o Murilo e
começamos, toda quarta-feira de manha eu o levava para a
Fisioterapia, e lá eu comecei a observar os pais e as crianças com SD que passavam pela sala de espera para irem para suas terapias.
E foi neste momento que meu amor e admiração por crianças
com Síndrome de Down foi crescendo, observar a educação, o amor, o carinho, a
pureza deles, me fez apaixonar e todos meus sentimentos de tristeza e dúvida iam
passando a cada semana.
Observar a tranquilidade e felicidade dos pais, as dicas das
terapeutas no final de cada terapia, crianças abraçando seus amiguinhos que
entrava na sala de recepção, eles viam o Murilo, apenas um bebezinho, e vinham
correndo para abraçar, beijar, fazer carinho, uma energia boa... Indescritível!
E assim com quase dois meses as coisas começaram a se
encaixar, pediatra escolhido, terapia iniciada, as lágrimas começaram a secar e
meu coração a sorrir ... E o amor, ah o amor, esse conseguia crescer ainda mais
dentro de mim!
Vejam as fotinhas da consulta com a geneticista pediatra e a primeira fisioterapia!
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