E quando voltamos a ter uma rotina normal com a escolinha e as terapias, passaram quinze dias ou um pouco mais da ultima internação e tudo voltou de repente, nariz entupido, tosse e febre e mais uma vez precisei leva-lo ao hospital.
Chegando lá, começaram os mesmo procedimentos e exames da outra vez e sim foi diagnosticado com outra pneumonia.
Baixa oxigenação mesmo após medicações significou outra internação, falei com a Dra Patrícia, pediatra dele, que pediu para eu falar com a pediatra do PS sobre o antibiótico, pois o mesmo teria que ser mais forte do que ele tomou a quinze dias atrás.
Chamei a pediatra do PS e tentei explicar o histórico do Murilo e dizer o que a pediatra dele tinha dito sobre o antibiótico e foi ai que tive grandes problemas, a médica ficou muito brava e nervosa, me disse que sabia o que faria e não precisava de conselhos de ninguém.
E claro, só pra contrariar ela não medicou o Murilo com o antibiótico solicitado. De qualquer forma não ia ser fácil tirar o Murilo daquele hospital, pois ele já estava aguardando subir para o quarto da internação. Então decidi esperar a pediatra do quarto passar, no dia seguinte de manha e falaria com ela.
Assim fiz, foi a mesma médica que o tratou na primeira internação, entendeu e ouviu minha explicação mas decidiu dar outro antibiótico e não o que a Dra Patrícia pediu, porém um pouco mais forte.
Resumindo, todo esse problema de ego das médicas do hospital que ele estava, ocasionou dez dias de internação.
Chequei a ficar 4 dias e 4 noites seguidas, sem sair nem um minuto do quarto, foi desesperador, não poder nem sair do quarto com ele, pois ele estava em isolamento.
Mas isso não foi nada, o pior mesmo foi quando a fisioterapeuta respiratória me sugerir "sugar" a secreção.
Ela me explicou como seria o procedimento e disse que seria de muita ajuda na recuperação dele.
Concordei.
Tudo preparado e ela pediu para eu segurá-lo.
Segurá-lo? Como assim? O que vai acontecer?
Bom segui os comando e ela colocou um "caninho" bem fininho pelo nariz e creio que vai até o pulmão, onde é ligado um aparelhinho nesse "caninho" que suga meeeeesmo a secreção.
Nunca vi o Murilo chorar tanto, ele chorou a ponto de ficar roxo! E eu? Quase desmaiei de ver aquela cena, meu estomago embrulhou e comecei a chorar sem parar, precisei sair da sala para ela continuar o procedimento na outra narina, e em qualquer lugar do hospital que eu fosse eu escutava ele gritando.
Foi uma das piores experiências que passei com o Murilo.
Apesar de todo esse sofrimento ele melhorou um pouco e foi o que ajudou ele a ter alta.
Nunca me esqueço, a alta foi numa sexta-feira de manhã, onze horas estávamos em casa. Enquanto ele dormia, após o almoço, comecei a colocar as roupas para lavar para deixar tudo em ordem, na segunda-feira eu voltaria trabalhar. Porém as duas horas da tarde ele acorda com febre alta chegando aos 39.
Liguei para Dra Patrícia chorando por não entender o que estava acontecendo, ela me disse para tentar levá-lo a outro hospital e se fosse o caso teria que levar ele para algum hospital em São Paulo pois lá os médicos falam com ela nestes casos.
Levei o Murilo e todos os exames para outro hospital em Jundiaí, por sorte fui atendida em cinco minutos, um médico muito educado nos atendeu, enquanto eu explicava tudo que tinha acontecido ele observava os exames, pediu para falar por telefone com a Dra Patrícia, trocaram fotos dos raios-x por mensagem e falaram numa linguagem que eu não entendia.
Ele descobriu no último raio-x que tiraram do Murilo o qual diziam que ele não tinha mais nada e recebeu a alta, uma pneumonia escondida, no raio-x frontal via-se uma pequena pontinha e no raio-x lateral mostrava todo o resto da pneumonia que ainda tinha, ele muito calmo e seguro receitou para o Murilo o "tal" antibiótico que ele teria que ter começado a tomar a dez dias atrás e mais alguns remédios, inalações, recomendações e voltamos para casa.
Com esse tratamento, em três dias ele já estava ótimo e aprontando todas.
Conseguimos uma semana depois voltar para as terapias la na ONG, o Murilo voltou para a escola e a vida voltou ao normal.
Continuamos com nossos passeios pelo parque, passeios, brincadeiras e bagunças.
Mesmo com as pausas nas terapias, o desenvolvimento continuava, cada dia uma descoberta nova, cada sorriso gostoso e muito carinho.
Esse menino vale ouro.
E teve bolinho de dez meses, bom quase um bolo, porque nessa correria toda deixei para comprar o bolinho de última hora na padaria depois de pegar o Murilo na escola eeee segurar bolo com uma criança no colo resulta em bolo de cabeça para baixo, no chão, mas o que vale é a intenção !!! rsrs...
E esse sorriso? Essa alegria ... sem palavras, é uma lição de vida !!! É muito amor !!!
Bagunça dentro da tenda de oxigênio
Ganhando visita e presente da tia Van
Dormindo dentro da tenda de oxigênio
Sorriso e charme no banho, ainda no hospital
No dia da alta, já aprontando